19 de abril de 2015
17 de março de 2015
21 de fevereiro de 2015
Agressivo, passivo ou assertivo. Como aprender a ser assertivo sem ser agressivo?
Como reagiria se a situação descrita fosse verdadeira e o seu
colega de trabalho o encontrasse no corredor e lhe dissesse: “Ainda bem que te
encontro, quero mesmo falar contigo. O que é que te levou a ires contar ao
Artur, que eu ando com problemas familiares?”
1. “Sim é verdade, mas
permite-me que te explique o motivo.”
2. “Po…pois, bem hum.., hum…
talvez tenha dito qualquer coisa, mas…”
3. “E depois? Qual é o
teu problema?”
E se na realidade, não
tivesse nada a ver com esta situação, como reagiria?
1. “Isso não é verdade,
estás enganado.”
2. “Nnnão, não, a sério,
juro, eu não…”
3. “Ouve lá estás parvo
ou quê? Não fui eu!”
As palavras e frases que utilizamos, para além de extensões do nosso
pensamento, são verdadeiros alicerces com os quais vamos construindo a nossa
vida!
A forma como nos expressamos, bem como as palavras que utilizamos,
determinam o caráter das relações que estabelecemos com os demais, refletindo o
nosso modo de estar, pensar e agir perante eles e os acontecimentos da vida.
Falamos de competências sociais, e da sua importância na sociedade
atual, sobretudo sob o ponto de vista profissional.
Já ouviu falar em assertividade e/ou ser assertivo?
Se está inserido no universo empresarial é natural que sim,
tratam-se de “buzzwords”.
É provável até que já tenha frequentado alguns cursos sobre o tema!
Sabe na realidade o que significam?
O que é
a Assertividade?
É a capacidade social de afirmar os próprios direitos e expressar
clara, direta e honestamente sentimentos e opiniões, sem violar os direitos dos
outros. A capacidade de afirmar o seu Eu e a sua auto-estima. Associa-se,
normalmente a uma postura intermédia entre a passividade e a agressividade
Ser
Assertivo passa por se sentir à vontade em expressar pensamentos,
sentimentos e opiniões de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao
contexto. Permite estabelecer com os outros relações baseadas na consciência
dos direitos e deveres de cada um, no respeito mútuo, na comunicação clara,
aberta e franca. Cria naturalmente empatia e confiança nas relações que se
processam de forma natural e espontânea.
O que
não é a assertividade?
A Passividade
Ex: Sentir-se envergonhado por manifestar a sua opinião; Não
conseguir dizer que “não” e aceitar todo o serviço, até o que não é seu.
Caracteriza-se por um forte sentimento de inferioridade que
condiciona todo o modo de estar e agir na relação com os outros. As relações
têm por base a submissão, o não manifestar de opiniões na presença de terceiros
com receio que estas possam não ser aceites ou sejam ridicularizadas. O tom de
voz é demasiado baixo, “para não incomodar” e evita-se o olhar. Por não ousar
dizer que não, o indivíduo depara-se com frequência com situações contrárias ao
seu modo de estar e pensar.
A Agressividade
Ex: Interromper os outros enquanto expressam a sua opinião;
Criticar os outros em público, ridicularizando os seus comportamentos.
Caracteriza-se por um falso sentimento de superioridade ou uma
máscara de um sentimento de insegurança e inferioridade que está na base do
modo de estar e agir na relação com os outros. Estas pessoas defendem em
excesso os seus direitos e interesses pessoais, únicos a preservar no
relacionamento, não tendo em conta os dos outros.
Falar alto, não dar espaço nem tempo aos outros para que manifestem
as suas ideias/opiniões intimidando-os com palavras e com uma postura
autoritária, são características evidentes do seu estilo de comunicação e
relações interpessoais.
Muitas vezes confundem esta manifestação dos seus direitos e
opiniões com a assertividade, mas esquecem-se da parte mais importante, o
respeito mútuo, a comunicação clara, aberta e franca!
Porque não
somos assertivos?
A verdade é que, tal como outros comportamentos ou competências,
não nascemos assertivos ou não assertivos, nem tão pouco herdamos esse
comportamento de alguém.
Fruto de padrões que vamos aprendendo, por imitação e reforço, ao
longo da nossa infância com todos os que nos rodeiam, tendemos a ser mais ou
menos assertivos. Estes padrões, contribuem para a edificação
da nossa auto-estima, bem como para muitas das crenças que formamos sobre os
resultados da nossa vida.
O que acontece?
- Não aprendemos a ser assertivos ou aprendemos de forma incorreta
Quem já não sentiu,
por exemplo, o “pesar” de algumas normas culturais transmitidas por terceiros,
tipo “é falta de educação recusar pedidos”. Recorda-se de ter sido
“recompensado” por a cumprir? E de ter sido “penalizado” por não a respeitar?
- Experiências anteriores, ao expressarmos ideias e/ou opiniões, vividas com ansiedade e frustração, condicionam o nosso pensamento e a nossa auto-estima
- A permanente comparação com os outros afeta a nossa auto-estima e o modo como nos posicionamos perante a vida e os acontecimentos
- O desconhecimento dos nossos direitos e deveres deixa-nos inseguros e/ou excessivamente à vontade nas relações
- Segundo
Albert Ellis (psicólogo), crenças irracionais que assumimos como nossas, limitam
e condicionam o nosso comportamento para com os outros, por exemplo: “Há
gente má e desprezível que deve ter o que merece.”
Assertivo, passivo ou agressivo?
Recorda-se dos exemplos iniciais?
Como caracterizaria cada uma das 3
respostas em cada caso?
A primeira é, em ambos os casos, uma resposta
assertiva, pressupõe confiança e respeito mútuos na base da relação. Denota uma
pessoa segura de si e das suas competências, que responde claramente e sem
receios à situação em questão, não lhe dando mais do que a importância devida.
A segunda é claramente uma resposta
passiva, denota insegurança e postura pouco à vontade, através das expressões
de hesitação utilizadas, em ambos os casos. Por não se sentir à vontade e
confiante das suas competências relacionais, o indivíduo tenderá a valorizar em
demasia o sucedido, permitindo que este acabe por afetar as suas interações ao
longo do dia.
A terceira, em ambos os casos, é uma resposta agressiva, que muito
embora denote confiança na sua posição, perante a situação em questão, não
contempla o respeito e direitos mútuos. A utilização de adjetivos dirigidos ao
outro, não pressupõe flexibilidade, nem empatia necessárias para analisar a
pertinência da questão por parte de quem a coloca.
Como
aprender a ser assertivo sem ser agressivo?
J
Conheça-se melhor! Identifique os seus valores, os seus
sentimentos, pensamentos e desejos. Tome nota também dos seus defeitos,
limitações e aceite-os
J Adote uma atitude mental positiva perante a vida e os seus
acontecimentos
J
Aprenda a confiar em si e no seu
potencial
J Estabeleça com os outros uma relação fundada na confiança e não na
dominação
J
Desenvolva a sua habilidade para escutar os outros
J
Aprenda a expressar os seus sentimentos e opiniões. Use frases na
1ª pessoa: eu penso, eu sinto, eu vejo… e um tom de voz firme e agradável
J
Adote uma linguagem positiva e clara e fluente
J
Identifique e respeite os interesses/necessidades dos outros
J
Seja genuíno na relação com os outros
J
Crie empatia
J
Seja construtivo(a) ao fazer uma crítica, comece por referir uma
característica positiva, faça referência à característica ou comportamento a
melhorar e termine com um reforço positivo de características positivas que
facilitam a assunção do comportamento a melhorar ou modificar (crítica em forma
de “sandwich”)
J
Aprenda a aceitar uma crítica e ofereça-se para mudar
J
Procure soluções que satisfaçam interesses/necessidades mútuas
18 de janeiro de 2015
20 de dezembro de 2014
A Inveja, um sentimento negativo, um prazer oculto que leva ao ódio
“Era uma
vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz
predadora, mas esta não desistia.
Um dia, já sem forças o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer-te 3 perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou
comer…, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- Porque não suporto ver-te brilhar!!”
Existem pessoas, que fazem
de tudo para não nos deixarem brilhar!
Maior parte das vezes,
nem sabem porquê, mas sentem necessidade e prazer em fazê-lo.
Já se apercebeu de um
(a) colega/amiga(o) que ambicionava ser igual a si, não por admiração, mas por
necessidade de se apoderar do seu protagonismo?
E de um colega a quem
ajudou, num momento em que este lhe solicitou, que vem mais tarde a apoderar-se
do lugar, pelo qual durante tanto tempo lutou, apenas pelo prazer de o fazer
perder o mesmo?
Falamos de inveja, um sentimento negativo de
inferioridade e tristeza, que surge da comparação com os outros, quer seja do
ponto de vista material, social, físico ou até moral e da tendência a
supervalorizar o que estes têm e são, em detrimento do que possuímos e somos.
Este sentimento gera cobiça
pela riqueza alheia, desejo em possuir os bens, atributos e qualidades dos
outros, desenvolvendo um prazer oculto pelo seu mal-estar e sofrimento que conduz
à raiva e ao ódio pelo outro e por tudo o que o seu bem-estar representa para
nós.
Maior parte das vezes
não se deseja exactamente o que o outro tem, mas deseja-se fervorosamente que
ele não o tenha!
Somos todos invejosos?
A inveja, pode ser um
sentimento momentâneo, algumas vezes até confundido com a admiração, ou ser um
traço de carácter enraizado no início de vida.
Todos nós podemos, em determinado momento da nossa vida, ter olhado
para algo ou para alguma característica de terceiros e a ter desejado.
O que se passou nesse momento?
Em situações como esta
importa sempre analisar conscientemente o mecanismo que está por trás deste
desejo.
Cobiça, raiva, por um
lado, ou inspiração, respeito e vontade de criar condições para lá chegar, por
outro?
Na primeira situação falamos nitidamente em inveja, na segunda num
sentimento completamente diferente, em admiração.
É natural termos ambição e vermos em determinadas características
dos outros a materialização de características que também pretendemos
desenvolver, não significa porém que estejamos com inveja destes apenas os
consideramos uma fonte de inspiração para as ações que pretendemos empreender.
Ficamos felizes com o seu sucesso e se podermos um dia também lá chegar, porque
não?
Quando a inveja resulta
de um traço de carácter está geralmente associada a uma baixa auto-estima.
Estas pessoas, por desconhecerem e/ou não confiarem nas suas verdadeiras qualidades, supervalorizam os outros. Não
acreditam em si e por isso não estão dispostos a lutar pelos seus objetivos com
receio de fracassarem. Sentem-se mal com o sucesso dos outros, o qual gostariam
de ter. Levam o tempo todo a desejar irracionalmente ter e ser como todos os
que admiram, ao invés de valorizarem o que os torna únicos e traçarem um plano
que lhes permita focarem-se em si e naqueles que são os seus objetivos.
A quem afecta mais a inveja?
A pessoa invejosa ou a pessoa invejada?
Nitidamente ao invejoso, pelo desgaste provocado pela raiva e ódio pelo
bem-estar e sucesso dos outros.
O invejoso vive tão obcecado com o prazer de bloquear as oportunidades
do outro que acaba bloqueando as suas e a sua própria vida.
Cultive admiração, controle a inveja:
J
Concentre-se em si, naquelas que são as
suas reais necessidades e objectivos!
J
Deixe de se comparar com os outros, você
é único, aceite e faça valer essa diferença!
J
Tem vontade de competir com alguém?
Compita consigo, desafie os seus limites!
J
Admire os outros, um dia também eles
o(a) admirarão!
J
Sente que não consegue controlar a inveja que permanentemente sente
de tudo e de quase todos, mesmo os que lhe são mais próximos? Procure a ajuda
de um profissional.
20 de outubro de 2014
Temos ou não livre-arbítrio?
Levo os sapatos azuis
ou os pretos? Faço um MBA ou uma especialização na minha área de formação? Faço
um depósito a prazo para poupar algum dinheiro ou aproveito e faço uma vida
desafogada gastando o que tenho?
Amanhã vou começar a
fazer desporto!
O tema deste artigo
interessa-me, por isso vou lê-lo!
A maioria das pessoas
acredita que é livre para escolher o que faz, desde o mais simples ao mais
complexo
Todos temos uma vida
pessoal, profissional e social e acreditamos que somos os autores da mesma!
Crescemos e somos
educados para sermos responsáveis pelas nossas acções e decisões ao longo da
vida, mesmo que sujeitos a constrangimentos da vida, que podem ir desde a
genética e educação, a factores diversos.
Acreditamos assim, que
temos livre-arbítrio nas escolhas
que fazemos e nas acções que
empreendemos ao longo da nossa vida.
Utilizamos a expressão livre-arbítrio
para designar a capacidade que o indivíduo tem para tomar decisões por
conta própria. Significa juízo livre, vontade e capacidade de escolha entre o
bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos.
Imagine como seria uma sociedade com pessoas sem controlo consciente
sobre as suas acções?
E o Mundo sem livre-arbítrio?
Acredito que neste momento as palavras que lhe ocorram sejam: caos,
impossível, jamais, “salve-se quem puder”, entre outras!
Surpreenda-se, a Neurociência, tem provado, através de diversos
estudos experimentais, a existência de actividade cerebral antes que a pessoa tenha
consciência do que vai fazer.
Começamos a preparar movimentos antes de sentirmos “vontade” de os fazermos.
O nosso cérebro decide o curso das acções, sabe o que vai ser feito, muito
antes de nós sabermos.
Recorrendo à ressonância magnética bem como a outro tipo de exames,
as investigações mais recentes, corroboram esta tese de que a actividade
cerebral precede e determina uma escolha consciente.
Uma decisão pode já ter sido feita pelo cérebro cerca de 5 a 10
segundos antes de tomarmos consciência do que vamos decidir!
A consciência é apenas uma “parte” do cérebro e há outros processos
cerebrais que tomam decisões antes dela. É possível que ela surja apenas para
contextualizar as situações e dar coerência às nossas acções no mundo!
Para Michael Gazzaniga, o pai da neurociência cognitiva, a nossa
mente é gerada pelo cérebro, que guiado pelo determinismo biológico define quem
somos.
A Neurociência demonstra-nos assim, que as escolhas que pensamos
fazer, expressão da nossa liberdade, são feitas sem o nosso controlo explícito.
Estaremos
assim tão iludidos?
Onde
fica a nossa liberdade e responsabilidade?
Afinal,
temos livre-arbítrio ou não?
Imagine a dita sociedade, descrita no início deste artigo, em que
seria fácil a qualquer um matar, roubar ou cometer qualquer outro crime,
desculpabilizando-se com “não fui eu, mas o meu cérebro que me mandou fazer
isso!”
Os próprios neurocientistas questionam-se e reconhecem como
estranha a ideia de um mundo sem livre-arbítrio e procuram conciliar a sua
teoria com a questão da responsabilidade pessoal.
Analisemos
os factos
Se pararmos para nos autoanalisarmos, verificamos que tomamos
muitas decisões sem “pensar”, inconsciente e involuntariamente. Um exemplo,
quem já não saiu de casa perfeitamente consciente do local para onde se
dirigia, entrou no carro, começa a conduzir e de repente apercebe-se que se
está a fazer um outro caminho diferente do previsto? Nesta situação o que faz?
Decide corrigir esse mesmo percurso e direccionar-se para o local pretendido. A
segunda decisão claro que foi aparentemente voluntária e consciente. Mas e a primeira?
Essa certamente que não.
Na realidade decisões simples que não impliquem complexidade de
escolhas podem frequentemente acontecer
antes da consciência ter conhecimento.
Quando se trata de decisões como aquelas que são essenciais para a
nossa vida, existe um leque de complexidade de escolhas que se reflete no
livre-arbítrio e não se reduz ao conhecimento existente da fisiologia cerebral.
Algumas poderão assim acontecer antes da consciência ter conhecimento mas
outras não.
A
temática do livre-arbítrio é demasiado abrangente para que se esgote nas
investigações que até à data temos conhecimento!
As
certezas:
Mesmo que o nosso cérebro já tenha decidido fazer comprar ou falar
temos sempre oportunidade e liberdade para voltar atrás, até ao último instante
e alterar essa decisão, desde que tomemos consciência do que estamos prestes a
fazer, temos livre-arbítrio para o
fazer.
As
escolhas que fazemos na vida são nossas, podem ser ou não conscientes, consoante
sejam fruto de uma análise consciente e racional de várias alternativas ou de
uma resposta emocional inconsciente, bem como de uma resposta automatizada, de
um hábito adquirido.
Esta tomada de consciência do que estamos prestes a fazer, mesmo
que no último instante, a liberdade para voltar atrás e decidir melhor são uma excelente
oportunidade para nos responsabilizarmos
conscientemente pelas nossas acções!
Desta
forma podemos afirmar que agimos com livre-arbítrio!
8 de setembro de 2014
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