9 de fevereiro de 2011

Transformar a Dor em Sabedoria e Determinação

A vida proporciona-nos sempre momentos agradáveis, aqueles cujos resultados obtidos vão ao encontro dos nossos desejos e expectativas e momentos menos agradáveis, aqueles cujos resultados obtidos são muitas vezes diferentes ou contrários ao desejável/expectável, não deixando de serem apenas resultados que obtivemos numa dada situação/experiência vivida.

Assim, tudo o que fazemos ao longo da nossa vida, as experiências por que passamos, conduzem-nos sempre a resultados.

A atitude com que enfrentamos e reagimos aos acontecimentos e aos seus resultados, pode ser o nosso mais forte aliado em momentos de desalento, de dor, angústia e sofrimento. Ajudar-nos-á a ultrapassar barreiras, vencer desafios e até a descobrir novos caminhos de vida.

Acontece com frequência lutarmos por um objectivo que apesar de crermos e querermos muito não conseguimos alcançar. De imediato nos sentimos frustrados, fracassados e entramos em sofrimento. Este sentimento, tende a conduzir-nos para a adopção de uma de duas atitudes, por um lado desistirmos e colocarmos de lado o nosso objectivo aquilo porque sempre sonhámos, por outro revoltarmo-nos contra a situação, insistindo inconscientemente e cometendo o(s) mesmo(os) erro(s).

Muitos casos de sucesso resultam de erros transformados em mudanças aprendidas!

A diferença está na interpretação que fazemos dos resultados que obtemos. Se os encararmos como um fracasso, estaremos a fazer dos mesmos e da sua interpretação uma barreira no caminho que queremos seguir. Como o nome que lhe atribuímos –fracasso- assim tenderá a ser a nossa postura, de prostração, derrotista, agudizando a dor e o sofrimento sentidos com os resultados obtidos. Mas, se os interpretarmos apenas como meros resultados, fruto de diversas acções empreendidas, estaremos a transformar os mesmos em aprendizado uma ferramenta importante para empreendermos mudanças necessárias e/ou acções de melhoria. Esta atitude permitir-nos-á transformar a dor e o sofrimento sentidos em coragem e determinação para prosseguirmos na direcção dos nossos objectivos, crentes que os iremos alcançar!

Nos nossos relacionamentos, pessoais e/ou profissionais, experimentamos por vezes sentimentos de rejeição e de tristeza que nos angustiam e provocam dor. Entregamo-nos profundamente aos mesmos, assumindo de imediato o papel de “vítimas das circunstâncias”. Acabamos por atribuir aos outros a responsabilidade pela dor sentida e pelo rumo da nossa vida.
Mas se interpretarmos a dor como um sinal de alerta e ao invés da entrega referida, assumirmos a coragem para mergulharmos profundamente em nós e no nosso sentir, iremos perceber o que na realidade nos provoca este sofrimento, descobrir o caminho para a mudança e aprender como podemos evitar a sua repetição.

Todos temos a noção de que a doença súbita e a perda de pessoas importantes na nossa vida são acontecimentos vividos com uma dor intensa, frequentemente associada a sentimentos de perda, injustiça, revolta, raiva, tristeza, entre outros. É impossível passar pela perda sem a sentir. A seguir ao choque inicial e ao turbilhão de sentimentos vividos, a consciencialização da doença ou da perda, é o primeiro passo para aprendermos a lidar com a dor sentida. É a fase em que se torna necessário exteriorzarmos os sentimentos vividos e aceitarmos o diagnóstico ou a perda.

Questões como: o que é que este novo modo de vida me permite?; que orientação gostaria de dar à vida?; o que aprendi com a dor sentida? O que descobri sobre mim?; permitem-nos atribuir um sentido à situação vivida, retirar o seu melhor contributo para acções a empreender no futuro e redescobrirmo-nos a cada momento.

Exemplo do que acabamos de referir são pessoas com doenças que encontraram na dor a força e a determinação para se curarem e prosseguirem as suas vidas, redescobrindo-se a cada momento, muitas delas investindo em áreas até à data desconhecidas.

A Dor pode ser transformada em sabedoria, e determinação!

 Sempre que não alcançar os resultados desejados, procure perceber o porquê, esteja atento aos pormenores, veja onde o plano/tarefa não correram como o previsto. Procure retirar ensinamentos do sucedido – Aprenda com a experiência e seja perseverante
 As situações de perda porque passamos não são recuperáveis mas, podem levar-nos a descobrir novos caminhos e perspectivas de vida. Por exemplo, transmitir a aprendizagem que retiramos das mesmas.
 Os sentimentos negativos associados à dor podem ser transformados em positivos dependendo, em parte, do foco que lhes atribuirmos: se os direccionarmos para a vitimização estaremos a reforçá-los mas, se os canalizarmos para a mudança, o alcance de objectivos, a descoberta de novos caminhos de vida, eles transformar-se-ão numa fonte inesgotável de energia e determinação.
 Sempre que a dor lhe provocar prostração, desalento, não se entregue, procure dentro de si um novo sentido de vida, traçe objectivos, envolva-se em novas actividades, desta forma não recupera a perda mas dá-lhe um sentido.

6 de fevereiro de 2011

Inteligência espiritual e desenvolvimento do potencial humano

Eis-nos chegados ao séc. XXI, uma civilização global e uma forma de viver desprovida de ética e de valores.

Milhares e milhares de pessoas vivem sem visão e não conseguem encontrar um significado para as suas vidas.

Só a mudança do paradigma desta forma de viver terá um poder transformador, gerador de crescimento pessoal e colectivo capaz de transmitir um sentido e um significado de vida.

A Inteligência espiritual

Durante muito tempo o conceito de inteligência humana esteve restrito à intelectualidade, difundiu-se a ideia do Quociente de Inteligência (Q.I.), uma espécie de organização neuronal que permite ao ser humano, pensar de uma forma lógica e racional.
Em 1995, Daniel Goleman apresentou o conceito de Inteligência Emocional ou Quociente Emocional (Q.E.). que capacita o ser humano a reconhecer os seus sentimentos, a lidar com as suas emoções, adequando-as às situações e colocando-as ao serviço de um objectivo. Ao reconhecermos as nossas emoções, passamos consequentemente a reconhecer as emoções dos outros e desenvolvemos relações interpessoais mais saudáveis.

Na década de 90, na sequência de inúmeras pesquisas foi identificada no cérebro humano, nas conexões neuronais dos lobos temporais, uma área que acciona a necessidade humana de procura do “sentido da vida”, um centro de crescimento e transformação que nos possibilita uma visão integrativa e contextual de onde estamos inseridos.

No início deste milénio a física e filósofa Dana Zohar e o psiquiatra Ian Marshal, lançam um livro “QS- Inteligência Espiritual” emergindo assim o conceito de Inteligência Espiritual ou Quociente Espiritual, uma inteligência que nos impulsiona e está associada à necessidade humana de ter um propósito de vida, respeitando os valores individuais e da sociedade.

É assim definida como a inteligência da ética e do valor.

O ser humano é por natureza um ser espiritual, um ser que procura entender e experimentar a conexão existente entre si e o mundo em que vive é um ser impulsionado pela necessidade de fazer perguntas fundamentais “Qual o significado da minha vida?”, “O que torna a vida digna de ser vivida?”.

A inteligência espiritual unifica, integra e transforma o que resulta da razão e da emoção, contribuindo assim, para a eficiência destas últimas.
Conseguimos melhores resultados nas dimensões emocional e intelectual pela prática da ética e dos valores.

A inteligência espiritual não tem conexão directa com a religião.

Direcciona-nos, quando temos dificuldades de escolha, quando nos encontramos presos a maus hábitos que nos prejudicam e/ou nos encontramos em sofrimento emocional. Permite-nos uma tomada de consciência capaz de analisar o origem dos problemas que enfrentamos e descobrirmos em nós mesmos a solução para estes.

Sermos espiritualmente inteligentes, reforça a nossa confiança, ajuda-nos a lidar melhor com a adversidade dá-nos uma visão holística do mundo, permite-nos viver uma vida plena de sentido e desenvolvermos todo o nosso potencial.

Este desenvolvimento acontece sempre que nos interrogamos e questionamos sobre o sentido e missão da nossa vida, sempre que nos sentimos impelidos para estarmos sempre a agir na procura de irmos mais além e de criarmos os nossos próprios desafios. Implica um alargamento de horizontes e conhecimentos em qualquer área de vida, contribuindo assim para uma maior autoconsciência e um maior autoconhecimento, que nos conduzem a uma atitude mais responsável pela vida, pelas decisões que tomamos e pelas suas repercussões no contexto envolvente.

Existe uma profunda relação entre a crise actual e o baixo desenvolvimento da inteligência espiritual colectiva onde imperam os valores materias em detrimento dos sociais éticos e espirituais.

Como desenvolver o seu Quociente Espiritual

 Procure desenvolver a sua capacidade de autoanálise e de autoconhecimento.
 Mergulhe na mais profunda intimidade do seu ser, as respostas que podem transformar a sua vida estão simplesmente no interior da sua mente.
 Esteja aberto à mudança, faça uma reengenharia pessoal à sua postura de vida, aos seus hábitos a tudo o que o prende a um conformismo tentador, que o impede de se questionar sobre o sentido e a missão da sua vida e de adquirir novos conhecimentos.
 Defina objectivos pessoais e profissionais para os próximos dias, meses, anos.
 Não tenha medo de começar do zero, foque-se nos seus objectivos, no significado que estes têm para si e confie na sua capacidade para os alcançar.
 Encare e utilize a adversidade a seu favor.
 Comece a dar valor à diversidade.
 Aprenda a colocar e a projectar a sua vida num contexto mais amplo que a “pequenês” do seu meio circundante e a desenvolver uma visão holística da sua vida.
 Aproveite todas as oportunidades que lhe permitam desenvolver-se e tornar-se numa pessoa melhor do que ontem, do que hoje, ao invés de ser mais uma na multidão.

Só quando nos questionamos sobre o porquê da nossa existência e o significado da nossa vida, compreendemos a sua relação com o universo, descobrimos a riqueza e razão da mesma, desenvolvemos um sentimento de bem estar e de plenitude que nos permite desenvolver a grandeza do nosso potencial!