“Era uma
vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz
predadora, mas esta não desistia.
Um dia, já sem forças o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer-te 3 perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou
comer…, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- Porque não suporto ver-te brilhar!!”
Existem pessoas, que fazem
de tudo para não nos deixarem brilhar!
Maior parte das vezes,
nem sabem porquê, mas sentem necessidade e prazer em fazê-lo.
Já se apercebeu de um
(a) colega/amiga(o) que ambicionava ser igual a si, não por admiração, mas por
necessidade de se apoderar do seu protagonismo?
E de um colega a quem
ajudou, num momento em que este lhe solicitou, que vem mais tarde a apoderar-se
do lugar, pelo qual durante tanto tempo lutou, apenas pelo prazer de o fazer
perder o mesmo?
Falamos de inveja, um sentimento negativo de
inferioridade e tristeza, que surge da comparação com os outros, quer seja do
ponto de vista material, social, físico ou até moral e da tendência a
supervalorizar o que estes têm e são, em detrimento do que possuímos e somos.
Este sentimento gera cobiça
pela riqueza alheia, desejo em possuir os bens, atributos e qualidades dos
outros, desenvolvendo um prazer oculto pelo seu mal-estar e sofrimento que conduz
à raiva e ao ódio pelo outro e por tudo o que o seu bem-estar representa para
nós.
Maior parte das vezes
não se deseja exactamente o que o outro tem, mas deseja-se fervorosamente que
ele não o tenha!
Somos todos invejosos?
A inveja, pode ser um
sentimento momentâneo, algumas vezes até confundido com a admiração, ou ser um
traço de carácter enraizado no início de vida.
Todos nós podemos, em determinado momento da nossa vida, ter olhado
para algo ou para alguma característica de terceiros e a ter desejado.
O que se passou nesse momento?
Em situações como esta
importa sempre analisar conscientemente o mecanismo que está por trás deste
desejo.
Cobiça, raiva, por um
lado, ou inspiração, respeito e vontade de criar condições para lá chegar, por
outro?
Na primeira situação falamos nitidamente em inveja, na segunda num
sentimento completamente diferente, em admiração.
É natural termos ambição e vermos em determinadas características
dos outros a materialização de características que também pretendemos
desenvolver, não significa porém que estejamos com inveja destes apenas os
consideramos uma fonte de inspiração para as ações que pretendemos empreender.
Ficamos felizes com o seu sucesso e se podermos um dia também lá chegar, porque
não?
Quando a inveja resulta
de um traço de carácter está geralmente associada a uma baixa auto-estima.
Estas pessoas, por desconhecerem e/ou não confiarem nas suas verdadeiras qualidades, supervalorizam os outros. Não
acreditam em si e por isso não estão dispostos a lutar pelos seus objetivos com
receio de fracassarem. Sentem-se mal com o sucesso dos outros, o qual gostariam
de ter. Levam o tempo todo a desejar irracionalmente ter e ser como todos os
que admiram, ao invés de valorizarem o que os torna únicos e traçarem um plano
que lhes permita focarem-se em si e naqueles que são os seus objetivos.
A quem afecta mais a inveja?
A pessoa invejosa ou a pessoa invejada?
Nitidamente ao invejoso, pelo desgaste provocado pela raiva e ódio pelo
bem-estar e sucesso dos outros.
O invejoso vive tão obcecado com o prazer de bloquear as oportunidades
do outro que acaba bloqueando as suas e a sua própria vida.
Cultive admiração, controle a inveja:
J
Concentre-se em si, naquelas que são as
suas reais necessidades e objectivos!
J
Deixe de se comparar com os outros, você
é único, aceite e faça valer essa diferença!
J
Tem vontade de competir com alguém?
Compita consigo, desafie os seus limites!
J
Admire os outros, um dia também eles
o(a) admirarão!
J
Sente que não consegue controlar a inveja que permanentemente sente
de tudo e de quase todos, mesmo os que lhe são mais próximos? Procure a ajuda
de um profissional.
Mais um excelente artigo. Grata.
ResponderEliminarGrata Sandra pelo teu comentário! Adorei escrevê-lo pela importância que o tema tem. Remete-nos para a importância de aceitarmos e valorizarmos o facto de sermos únicos e diferentes, acreditando e confiando nas nossas capacidades para alcançarmos aqueles que são os nossos reais objectivos. Podemos sempre ver os outros como uma referência do que pretendemos alcançar e assim admirá-los, sem que isso signifique querermos a todo o custo competir com estes pelo prazer de os ultrapassar e pelo ódio que sentimos pelo seu bem estar. A maior e melhor competição que podemos fazer é connosco mesmo, desafiando aqueles que nos parecem ser os nossos limites.
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