A linguagem que utilizamos, seja ela verbal ou não verbal, tem como
principal objetivo a comunicação.
É através da linguagem que criamos, mantemos e reforçamos as nossas
relações, transmitimos e partilhamos ideias, pensamentos, refletimos o nosso
modo de estar, pensar e agir perante os acontecimentos da vida.
As palavras e frases que utilizamos, para além de extensões do
nosso pensamento, são verdadeiros alicerces com os quais vamos construindo a
nossa vida!
Com elas, damos voz e empreendemos ações na direção da
concretização dos nossos sonhos e da implementação das mudanças pretendidas.
“Diz-me como falas, direi-te que resultados podes obter!” Será assim?
Na realidade a linguagem que utilizamos é responsável pelos
resultados que obtemos no decurso da nossa vida. Quanto mais precisa, positiva e
clara a mesma for, melhor será a comunicação e o seu resultado.
Maior parte do tempo, achamos tão natural e “banal” o ato de
comunicarmos, que o fazemos sem prestarmos atenção às palavras e frases que
utilizamos. Fazemo-lo de um modo automático e num registo a que já estamos
habituados.
É vulgar recomendarmos aos nossos filhos: “Não mexas nos documentos
da mãe!”; “Não subas para as escadas a correr!”
Frequentemente afirmamos para connosco e/ou para com os outros, situações
do tipo: “Não quero mais, trabalhar até tão tarde.”; “Não te esqueças do aniversário
do Luís.”
O que acontece em todas estas situações?
Exatamente “mais” do comportamento que pretendemos evitar!
O nosso cérebro não entende a negação e assim, ignora a palavra
“não”, preparando-se, focando-se para executar o que vem a seguir a esta.
Em diversas situações, no discurso para connosco e para com os
outros, utilizamos expressões como: “vou
tentar”, “vou procurar”, “provavelmente”, “acho que”.
Na realidade quando as utilizamos, somos de imediato condicionados
por estas, pois para além de ecoarem em nós sob a forma de um sentimento de
insegurança, são nos devolvidas, sob a mesma forma, no feedback inerente ao
processo de comunicação.
De cada vez que o fazemos afastamo-nos cada vez mais daqueles que
são os nossos objetivos.
O uso de uma linguagem negativa, contribui para que, inconscientemente,
nos foquemos nos problemas ao invés de nos focarmos nas soluções e que em
vez de nos sentirmos motivados para ação, nos sintamos inseguros, insatisfeitos,
preocupados, desatentos e vulneráveis aos obstáculos.
Esteja
atento ao que diz e ao modo como diz!
Adote
uma linguagem positiva e clara!
Utilize palavras, frases que expressem exatamente o que pretende
alcançar, despertem sentimentos positivos, motivem para ação e contribuam para
uma comunicação eficaz.
Qual seria o resultado que obteria se na comunicação com os seus
filhos ao invés das recomendações referidas, utilizasse as seguintes:“Maria,
tens aqui as tuas peças de Lego para brincares.”; “Pedro, sobe as escadas
devagar.”?
E se as afirmações para consigo e/ou para com os outros, se
transformassem em: “Quero passar a gerir melhor o meu tempo de trabalho.”;
“Lembra-te que hoje é o aniversário do Luís.”?
A sua atenção, a sua mente, o seu discurso e as suas ações, estariam
focados para o que na realidade pretendia que acontecesse.
Os resultados? Aqueles que na realidade desejara e planeara!
Mude o seu discurso e obtenha os resultados que deseja!
Como?
J
Comece a ouvir o que diz.
J
Esteja atento às palavras e expressões que utiliza. Se necessário,
grave as suas intervenções em apresentações, para que mais tarde as possa
ouvir.
J
Sempre que se aperceber que está a utilizar palavras ou expressões
negativas e limitadoras, substitua-as por outras.
J
Treine a utilização de um discurso positivo que reflita uma imagem
coerente e confiante de si próprio.
J
Certifique-se que as suas palavras e o seu discurso traduzem
exatamente o que pretende alcançar.
J
Substitua no seu discurso expressões impositivas do tipo “tenho
que”, por expressões afirmativas (quero, pretendo, decido, escolho, ...), que
traduzam claramente a sua vontade e o motivem para a ação.
J
Retire o “mas” das suas afirmações. Descredibiliza as mesmas e
induz a interpretações dúbias.
J
Esteja atento ao discurso dos outros e afaste-se de pessoas que
utilizam predominantemente um discurso negativo.
J
Retire exemplos e relatos de experiências negativas do seu
discurso.
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