9 de abril de 2014
23 de fevereiro de 2014
A Síndrome do Marido Aposentado
Adelaide tem 44 anos e é professora
efetiva numa escola da sua área de residência. O marido Alberto, é diretor de
produção numa multinacional. O filho de ambos, o Henrique, está prestes a concluir a licenciatura em
engenharia electrónica.
Pelo facto de maior parte dos dias da
semana o horário letivo, de Adelaide, não estar completo, ela aproveita o tempo
para, no sossego de casa, preparar as sua aulas e sempre que pode adiantar
algumas das tarefas domésticas.
Há um mês atrás a multinacional onde
Alberto trabalhava, decidiu sair de Portugal e abrir novas instalações no
Brasil, dispensando e indemnizando os colaboradores mais antigos, conduzindo-os
a uma situação de pré-reforma!
Alberto viu-se inesperada e precocemente
numa situação de “aposentadoria”, sem saber o que fazer, passando a partilhar
mais tempo, em casa, com Adelaide.
Com o passar do tempo, Adelaide começou
a andar irritada, com menos paciência para os colegas e alunos. Por mais do que
uma vez sentiu-se mal, enquanto lecionava.
Ninguém conseguia perceber a origem de todas estas alterações de
Adelaide.
A Síndrome do marido aposentado (SMA)
Síndrome do marido aposentado ou SMA, é
o nome não oficial, utilizado pela maioria das pessoas, quando se referem ao
distúrbio resultante do stress vivido pelas mulheres cujos maridos, fruto de uma situação de aposentadoria forçada ou
desejada, passam muito mais tempo em casa do que quando trabalhavam, provocando
mudanças e alterando as rotinas existentes.
Conhecido na medicina como RHS, sigla em
inglês para Retired Husband Syndrome, este distúrbio, foi diagnosticado, pela
primeira vez em 1991, no Japão pelo Dr. Nobuo Kurokawa, considerado,
atualmente, um dos maiores especialistas mundiais neste tema.
Como e porque acontece?
Se um casal se ama, o facto de poderem
privar mais tempo da companhia um do outro, com o regresso do marido a casa, sobretudo
depois de anos que só se viam de manhã e à noite, fruto de grandes exigências
profissionais por parte deste, pressupõe tornar-se numa situação aprazível para
ambos, mas na realidade nem sempre assim acontece!
Na realidade, fruto da natureza das
atividades profissionais e/ou pessoais que vai desenvolvendo ao longo da vida, cada
um dos membros do casal, cria hábitos e rotinas a que tende a acomodar-se!
As mulheres que, por opção, se dedicaram
prioritariamente ao seu papel de mulher e mãe, fizeram da casa o seu território e gostam de o manter de
acordo com os seus hábitos e escolhas.
As mulheres que dividiram o seu tempo
entre carreira, casa e educação dos filhos, criaram também, por necessidade ou
não, rotinas na gestão diária das suas múltiplas facetas, a que se acomodaram. Algumas
destas, optaram até por fazer da casa o seu local de trabalho (artesãs,
profissionais liberais, opção pelo teletrabalho...), aproveitando assim para
gerirem melhor o seu tempo.
No contexto atual, à semelhança do
Alberto, são frequentes situações em que ao fim de muitos anos dedicados a
construir uma carreira, um dos cônjuges do casal, neste caso o marido,
fruto de uma situação, maior parte das
vezes forçada, passa a ficar mais tempo em casa do que quando trabalhava, provocando
assim a mudança e a alteração das rotinas existentes.
Ao verem-se privadas da sua liberdade
para organizarem o seu dia a dia e diversas atividades, pela presença
permanente do marido em casa que opina,
solicita com frequência a sua companhia
e a execução de tarefas extras, algumas destas mulheres começam a sentir para
além de uma perda de autonomia, a
invasão do seu espaço e domínio e uma
maior necessidade de flexibilidade na gestão diária das tarefas e do
tempo pessoal e familiar. Esta nova condição familiar, é vivida com stress e
muita ansiedade.
Os sintomas, não tardam em manifestar-se: alterações
do humor e do comportamento, ataques de pânico, depressão, erupções cutâneas,
gastrites, alterações da pressão arterial, entre outros do foro psicossomático.
As consequências dos mesmos, para além
do mau estar no próprio, podem levar, sobretudo no caso de negação dos sintomas
manifestos, à deterioração da relação do casal, afetando todos os membros da
família envolvidos na situação.
Mas, nem todas as mulheres vivem do mesmo modo esta situação!
As que são mais flexíveis, confiantes,
resilientes e capazes de se adaptarem a diversos contextos, ultrapassam com
êxito e sem constrangimentos este reajustamento familiar.
O que pode fazer para prevenir?
J
Em primeiro lugar tome consciência das implicações que uma situação
semelhante pode ter para si e para a sua família.
J
Seja proativa! Converse com o seu marido e filhos, analisem vários
cenários alternativos, para ultrapassar a situação, caso ela venha a acontecer.
J
Não pense só em si! Pense no mal estar que o seu parceiro também
poderá sentir, caso a situação seja forçada ao invés de desejada e mesmo que
desejada na “confusão” e reajuste de objetivos que ele terá de fazer.
J
Se alguma destas situações acontecer, converse de imediato com ele,
faça um reajuste às vossas prioridades e objetivos. Deixe espaço para alguns
programas em família. Todos poderão beneficiar.
J
Estimule o seu marido a encontrar novas atividades profissionais
e/ou hobbies, fora de casa, apoie-o nessa procura!
J
Não desanime, esta é apenas uma fase de readaptação, não ceda à
pressão que possa estar a sentir.
J
Seja positiva e acredite que tudo irá mudar para melhor! Confie em
si e no seu potencial para gerir a situação!
J
Se ainda não pratica, comece a praticar alguma atividade física. Vai
ajudá-la a descontrair.
J
Logo que dê pelos primeiros sintomas do distúrbio, não os ignore, converse
com o seu parceiro e caso seja necessário, não hesite, procure ajuda de um
profissional, de preferência de terapia familiar ou de casal.
20 de janeiro de 2014
23 de dezembro de 2013
Ciúmes no Casal
Em algum momento da vida, já todos fomos,
naturalmente, assolados por uma pitada de ciúme nas nossas relações afetivas,
sem que este tenha afetado ou condicionado o equilíbrio emocional da relação.
Existem, contudo, situações em que o
casal é tomado de assalto por ciúmes, deixando que estes afetem a capacidade de
agir de um ou dos dois conjuges, provoquem
“danos” no equilíbrio emocional do relacionamento e conduzam, em situações
extremas, aos caos e destruição da relação.
Falamos de Ciúme, um sentimento de caráter instintivo e natural que condiciona o nosso
comportamento e que surge como resposta face a uma ameaça
percebida, real ou imaginária, no nosso território afetivo.
Sentir ciúmes é normal?
Diversos estudos na área da psicologia
consideram normal, que em algum momento
da nossa relação, sobretudo em situações em que exista uma ameaça real de perda
ou de traição, possamos sentir ciúmes, sinal da importância que esta relação tem
para nós e do quanto procuramos preservá-la.
Reconhecer este sentimento e saber gerir
o mesmo é uma ação internamente saudável que contribui para um maior
autoconhecimento!
Quando o grau de ansiedade é elevado, quando
não existe nenhuma ameaça real, nem qualquer controlo sob o modo como lidamos
com estas emoções, quando perdemos a capacidade de fazermos as nossas escolhas
e sofremos com este sentimento, sentir ciúmes é doença! Podendo ser considerado
como um distúrbio de personalidade e de extrema insegurança!
Porque sentimos ciúmes
Normalmente, por instinto de preservação
da relação, necessidade de segurança e proteção face a um medo, real ou irreal
de perder o amor da pessoa amada!
Tendemos por vezes, inconscientemente, a
confundir e/ou a associar o amor e o carinho pela pessoa amada com um
sentimento de posse e de poder sobre a mesma, o que nos leva a um estado de
maior alerta sobre determinadas situações que julgamos serem, mas na realidade
não o são, uma ameaça a este sentimento.
O peso e enraizamento de determinadas crenças
nos nossos padrões comportamentais, tais como a ideia de que a atenção e
controlo sobre a pessoa amada, são uma demonstração de amor, necessária para
manter o relacionamento, fazem com que sintamos ciúmes ao mínimo sinal de baixa
desta guarda que secretamente fazemos, especialmente quando surge alguma
situação que implique maior liberdade para a pessoa amada!
Com alguma frequência, sentimos ciúmes por
uma questão muito mais abrangente do que a presente relação que temos. Traumas
de infância, falta de confiança em nós próprios associada a uma baixa
autoestima, um passado de relações marcado pela traição e abandono, podem em
qualquer momento e por qualquer motivo, levar-nos a sentir ciúmes pelo receio
inconsciente de rejeição.
Neste caso, sobretudo quando não
conseguimos lidar com os efeitos deste modo de sentir quer sob o ponto de vista
individual, quer sob o ponto de vista relacional, devemos procurar ajuda de um
profissional, quer sob a forma de uma intervenção individual, devendo o foco da
intervenção ser a autoestima da pessoa que sente ciúmes, quer sob a forma de
terapia de casal, por forma a recuperar o equilíbrio emocional da relação.
Impacto dos ciúmes no casal
Se para alguns autores, o ciúme dito “normal”, manifesto em situações de real possibilidade de perda, de
traição ou como sinal da importância da relação e do quanto procuramos
preservá-la pode “apimentar” a mesma, para a maioria não será assim tão linear.
Se na realidade pretendermos valorizar a
nossa relação, podemos sempre optar por um maior zelo, respeito e preocupação
pelo bem estar do casal, criando condições para que ambos se sintam amados,
compreendidos, respeitados e protegidos. Quando a base da relação é o amor e
uma verdadeira admiração pela pessoa com a qual partilhamos a nossa vida,
zelamos em primeiro lugar pela sua felicidade, integridade e liberdade. A
honestidade será sempre um valor a preservar e neste caso, qualquer “pitada” de
ciúme poderá, em conjunto, ser abordada de uma forma sensata, através de um
diálogo franco e aberto, para que se esclareça. Desta forma o seu impacto é
positivo, uma vez reforça os laços de confiança e abertura da relação e de cada
um dos seus conjuges.
Quando associados a razões diversas que não uma ameaça real à
integridade da relação e sentidos com sofrimento e falta de controlo, por parte
de quem os manifesta, os ciúmes provocam “danos” no equilíbrio emocional da
relação, tornando-se num verdadeiro veneno para o relacionamento. A sua
essência passa por emoções primitivas, como a inveja e o seu impacto pode ser
altamente disruptivo!
O que
fazer para lidar com os ciúmes e passar a ter um relacionamento saudável
J
Tome consciência da sua existência! É o primeiro passo para lidar
com eles de um modo mais coerente e sem traumas.
J
Seja honesto para consigo e para com o seu parceiro, fale
abertamente sobre o seu sentimento e procure perceber se este tem fundamento! A
sinceridade é excelente contra o desejo
de manipular e controlar os outros.
J
Aproveite esta abertura e sinceridade para refletir em conjunto com
o seu parceiro, sobre o estado da relação, o impacto que este seu sentimento
teve sobre a mesma, sobre o que sentem um pelo outro e como podem reforçar e
“apicantar” de um modo saudável e estimulante para ambos, o relacionamento.
J
Se apesar destes passos, sentir ciúmes estiver fora do seu controlo
e lhe provocar um sofrimento prejudicial para si e para ambos, não hesite em
conversar com o seu parceiro, assumindo que necessita da ajuda de um
profissional.
Amar
significa cuidar, respeitar e libertar!
Estes são os alicerces de uma relação estável
e saudável!
Pense
nisto!
12 de dezembro de 2013
5 de outubro de 2013
23 de setembro de 2013
O Poder de um Sorriso
Manuel trabalhava numa empresa de
contabilidade há já alguns anos, pessoa de poucas falas, vivia essencialmente
para a família e para o trabalho e atualmente atravessava um período conturbado
nestas duas áreas fundamentais da sua vida.
Acordava diariamente com uma sensação de
cansaço e um semblante franzido.
Quando se olhava no espelho com aquela
expressão, pensava: “Bolas, mais um dia de trabalho, mais chatices, uma
infinidade de situações difíceis de resolver!” Ao sair de casa, já se arrastava
e o que via à sua volta não contribuía em nada para o ajudar. Parecia que o
“mundo” estava de costas voltadas para ele.
Um dia, ao acordar, cansado da imagem
que via no espelho, resolveu mudá-la e experimentou ... sorrir!
Foi invadido por uma sensação de bem
estar e o que via ao espelho agradava-lhe profundamente, parecia que
rejuvenescera, sentia-se capaz de enfrentar o mundo!
Saiu de casa e continuou sorrindo, na rua, no elevador, no trabalho, para os
amigos e para os desconhecidos. O mundo que conhecia, transformara-se, estava mais agradável, até mais divertido! As pessoas
sorriam-lhe, tudo lhe parecia mais fácil e diferente!
“Porque vivi sempre tão sisudo? Tanto
que perdi!” pensou o Manuel.
E consigo?
Como é que se sente, quando, de manhã se
olha ao espelho com uma expressão “testa franzida”? Como lhe corre o dia?
Como é que se sente, quando, de manhã se
olha ao espelho e natural ou propositadamente sorri para si? Como lhe corre o
dia?
Com que pessoas prefere relacionar-se:
as de expressão fechada e franzida ou as que sorriem?
Porquê sorrir?
Uma boa dose diária de sorrisos faz bem
à sua saúde, contribui para que estabeleçamos melhores relações sociais e
permite-nos projetar uma imagem de bem estar, confiança e competência. Cria
empatia, é contagiante, inspiradora e contribui para um ambiente de
trabalho mais agradável e produtivo!
Segundo um estudo do Journal of Economy
Psychology, as pessoas estão mais dispostas a confiar nos outros quando estes
sorriem. O sorriso transmite confiança, sociabilidade e simpatia.
Quando sorrimos, a nossa expressão
ilumina-se, tornamo-nos mais atraentes e os outros não nos resistem!
Segundo diversos cientistas é mais fácil
sorrir que franzir a testa! Franzir a testa obriga a utilizar um maior número
de músculos faciais do que a sorrir.
Para o diretor do Laboratório de
Expressão Facial da Emoção (FEELab), Freitas Magalhães, psicólogo, que se
dedica ao estudo da expressão facial há mais de 20 anos, autor do livro "A
Psicologia do Sorriso Humano", o sorriso “é um íman que aproxima as
pessoas e a partilha de emoções e sentimentos positivos”. Quando não
exercitamos convenientemente esta função natural, “não nos realizamos em
plenitude, pessoal e profissionalmente”.
Um estudo levado a cabo por psicólogos,
concluiu que mesmo que forçado, um simples sorriso alivia o stress. Quando se sentir de mau humor, pode de imediato, melhorar esse estado de espírito,
obrigando-se a sorrir! Ao sorrir, estimula o seu cérebro a libertar endorfina e
serotonina, induzindo uma sensação de conforto e bem estar.
Mesmo em momentos de tristeza, cansaço, ansiedade
ou mal-estar, sorrir, fá-lo-á passar uma imagem agradável e positiva aos demais
que se refletirá em si, melhorando o seu estado emocional inicial.
Não precisa “abrir” a boca toda para
sorrir. Um sorriso com os lábios unidos, sem mostrar os dentes, de acordo com
diversos estudos sobre tipos de sorrisos, traduz afetividade, empatia e seduz!
O que está à espera para sorrir?
Comece hoje a transformar o seu mundo!
O seu sorriso fará toda a diferença! Faça dele uma ferramenta
de cortesia e o seu melhor cartão de visita!
Comece o seu dia a sorrir!
Faça as seguintes experiências:
Mesmo que se sinta em baixo pela manhã
experimente esse sentimento a olhar para o espelho e a sorrir para si.
O que aconteceu?
Acorde os seus filhos a sorrir, saia de
casa a sorrir, sorria no elevador, no carro, na fila de trânsito, no posto de
combustível, no local de trabalho...
Como se sente? Como correu o seu dia?
Sorria, pela sua vida e pelo seu bem estar!
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