Rodrigo tem 13 anos e é o mais novo de 2 irmãos. Filho de pais
separados vive com a mãe, enquanto o seu irmão de 18 anos se encontra a viver
com o pai. Há uns dias atrás a sua mãe recebeu um convite de trabalho irrecusável,
uma vez que está prestes a perder o atual emprego, para a Alemanha. Até o
realojamento na Alemanha estar concluído, a mãe de Rodrigo irá sozinha e este
deverá ficar com o pai e o irmão. Posteriormente a mãe virá buscá-lo para irem
viver os 2 na Alemanha. Os dias passam velozes antes de a mãe partir e Rodrigo
começa a apresentar sintomas de um problema articular no joelho!
Rita tem 7 anos é a mais velha de 2 irmãos. Os pais sempre estiveram
presentes e atentos ao desenvolvimento e necessidades de ambos. Com frequência
o pai de Rita tem de se ausentar por motivos profissionais. Quase sempre quando
regressa Rita desencadeia uma crise de estômago debilitante, semelhante a uma
gastroenterite!
Sofia e Mário são casados há 10 anos e não tem filhos. Sempre trabalharam
na mesma cidade, partilharam os meus locais até há cerca de um ano, altura em
que Mário mudou de empresa, de horários e começou a ter de se ausentar com
frequência durante a semana. Com o tempo, Mário começou a prolongar as suas
ausências e um dia falou com Sofia na hipótese de precisar de algum tempo e
espaço para si, estando já a negociar com a empresa a sua transferência para
outro país da Europa dentro de 3 meses. Passado 1 mês Sofia começa a sentir
tonturas, mal estar geral e dores abdominais intensas.
O que está subjacente à sintomatologia das situações descritas?
Uma forma primária de expressão/comunicação (via doença), da forma
de sentir e pensar. Uma forte chamada de
atenção, um apelo à afetividade!
Todo o ser humano é um complexo interligado entre corpo e espírito!
O corpo é um reflexo da mente! Quando falamos em doença há muito
que se sabe que esta tem origem na mente e não no físico.
A doença é um estado do ser humano, indicador de perda de harmonia
e de equilíbrio interior. Assim, o sintoma é um sinal manifesto no corpo, de
algo que o perturba e/ou lhe faz falta.
Esta harmonia e equilíbrio interior começam a estruturar-se nas
primeiras interações da criança com o seu meio ambiente à medida que este lhe
vai proporcionando experiências a que ela responde expressando emoções, que lhe permitem diferenciar-se deste e sentir-se vinculada.
Ao longo do seu desenvolvimento é fundamental que a criança perceba
claramente que, independentemente da vulnerabilidade das situações externas, das
suas emoções e experiências, é amada e reconhecida pelos que a rodeiam, por
forma a sentir confiança na expressão dos seus sentimentos aberta e francamente,
mantendo assim o seu equilíbrio e bem-estar.
Quando na infância as mudanças são vividas intensamente e existe
uma vontade imensa de as anular, a doença surge como resposta, na falta de
conhecimento de outras formas de ação/manifestação do sentir, transformando-se
num apelo ao reforço afetivo das figuras parentais.
Para uma vida adulta, saudável, é fundamental termos uma imagem
positiva de nós, uma boa autoestima, acreditarmos na nossa capacidade para lidar com diversas situações, enfrentar desafios e “fazer acontecer”! Só
assim respondemos ajustadamente à vulnerabilidade dos elementos externos e das nossas emoções,
restabelecendo rápida e corretamente ordem e harmonia na nossa consciência.
Os indivíduos que não conseguem expressar clara e honesta os seus
sentimentos e emoções perante a mudança e as adversidades da vida, sentem-nas
como uma ameaça ao seu equilíbrio interno e respondem sintomaticamente, num
jogo de submissão/agressão tipo “Agora é a minha vez, tens de cuidar de mim!”,
uma manifesta chamada de atenção!
Este tipo de resposta traduz incapacidade para resolver estas
situações sob o ponto de vista emocional e manifesta uma baixa autoestima que
se expressa através da manipulação.
Sempre que permitimos que a doença se manifeste como resposta e
modo de interação social, ao invés de rapidamente estabelecermos o equilíbrio e
harmonia desejados, estamos ainda a criar uma maior sensação de entropia
interna.
Transforme-se
num agente de mudança e promova a harmonia e bem-estar!
J
Crie um ambiente seguro no seio familiar que promova o
desenvolvimento dos seus filhos em harmonia e confiança.
J
Comunique abertamente com eles, explique-lhes que as mudanças e as
adversidades fazem parte da vida, são oportunidades de crescimento e evolução,
tem sempre solução e que em nada põem em causa o seu amor por eles!
J
Promova a sua capacidade para lidarem com as mesmas,
incentivando-os a expressarem os seus sentimentos aberta e francamente.
J
Estimule o desafio das suas capacidades e apoie as suas resoluções.
Aprenda
a responder à mudança e às adversidades da vida com força e determinação!
J
Acredite mais em si, no seu potencial para resolver situações e
mudar o rumo dos acontecimentos da sua vida!
J
Conheça-se melhor! Identifique os seus valores, sentimentos,
pensamentos e desejos. Expresse-os sem receio, praticando o respeito mútuo.
J
Ame-se pela pessoa que é! Não permita que o seu amor e a sua
felicidade dependam de fatores externos, pois eles apenas dependem de si e das
suas opções!
J
Esteja atento aos sintomas do seu corpo, eles são uma informação
pertinente de situações que estão a ameaçar a sua sintonia e harmonia.
Resolva-os quanto antes, não permita que estes se transformem em mais entropia
para o seu bem-estar.
J
Se tem dificuldade em lidar emocionalmente com alguma situação adversa
ou de mudança, procure um apoio especializado para lidar melhor com a mesma!
Obrigada. Excelente artigo.
ResponderEliminarViva Sandra, é um assunto/tema bastante pertinente que surgiu durante uma conversa. Foi, para além de uma vontade imensa de partilha, um privilégio abordá-lo.
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