27 de dezembro de 2016

Reaprenda a viver!


Miguel trabalhou durante vários anos como diretor comercial numa grande empresa do sector farmacêutico, mas o seu sonho sempre foi ter a sua empresa no ramo da distribuição de produtos alimentares tradicionais. Há 10 anos atrás resolveu correr atrás deste sonho e investir num espaço disponível no bairro onde residia. Os resultados não foram favoráveis e o Miguel ao sentir-se pressionado pelas obrigações fiscais e financeiras, acabou por encerrar o negócio.

Após este desfecho, os estudos dos filhos e a doença prolongada dos pais exigiram-lhe uma maior assistência à família levando-o a colocar em “standby” o planeamento de novas ações para a concretização do seu sonho.

Hoje com 57 anos, ao olhar para si, Miguel sente-se desanimado, sem valor e envelhecido, como se tivesse perdido “o comboio” da vida e a vontade de voltar a investir em si.
Um dia ao final da tarde em conversa com um colega de café, o Fonseca, um indivíduo “bem parecido” de 63 anos, dinâmico e empreendedor, desabafa o seu mal estar.

Fonseca escuta-o atentamente e no final diz-lhe o seguinte:

Caro Miguel, compreendo o que estás a sentir. Permite-me um pequeno à parte: Tens uma nota de 20€ que me emprestes?

Miguel olhou-o um pouco atordoado, mas anuiu e tirou do bolso a única nota que possuía naquele momento e que por sinal era de 20€ e estava como “nova”.

Grato Miguel! Retorquiu o Fonseca.

Logo de seguida e perante o ar atordoado de Miguel, Fonseca amachuca o mais que pode a nota e não satisfeito ainda a atira para o chão e espezinha-a umas tantas vezes sem dó! De seguida pega na nota e pergunta a Miguel:
Queres ficar com ela assim ou posso guardá-la no meu bolso?

Eh pá! Estás maluco ou quê Fonseca? Eu preciso dessa nota para ir ao sapateiro buscar os sapatos da Rita que estão a arranjar!
Precisas Miguel? Mas ela está tão… como direi amarrotada, amachucada…
Certo Fonseca, mas estão na mesma aí 20€! Amachucada ou direita tem na mesma o seu valor! As voltas que ela deu não lhe retiraram o que ela mesma vale. Tomara eu, neste momento, ter comigo um monte delas todas amolgadas.
Ah sim, Miguel? Estou surpreso! Permite-me que te pergunte: E tu? E contigo?
Comigo o quê Fonseca?

Sim contigo, começaste por me desabafar o quanto te sentes espezinhado pelas vicissitudes da vida (tal como esta nota) e o quanto te sentes desanimado e sem valor, mas afinal para onde foi o mais importante de ti, do valor que referes ter perdido? Queres pensar nisso?

Miguel ficou colado à mesa do café, atordoado com as perguntas de Fonseca. Após alguns segundos, levanta-se energicamente e despede-se dizendo:

Eh pá ó Fonseca, grato! Muito grato pelo que acabas de me perguntar. Só agora acordei verdadeiramente! Tenho de ir, sinto que estou de volta e mais forte que nunca! Aliás sempre estive! Eu é que não percebi antes! Tenho uma vida à minha espera e sou eu quem a vai delinear!

E consigo? Quanto é que, tal como o Miguel, se sente “amarrotado” e desanimado por tudo o que já viveu?

Para onde pensa que foi o seu valor, a sua força?

Lembra-se do entusiasmo, paixão e determinação que o caracterizavam nos seus tempos de juventude? Onde estão?

Será que é pelo facto de os anos terem passado e ao olhar no espelho e ver um adulto de expressão sisuda, cansada e desanimada pela vida que eles já não existem?

Desengane-se! Não olhe nem procure a força no exterior!

Procure-a dentro de si!

Você é muito mais do que o impacto das amolgadelas da vida, do que o corpo que lhe foi emprestado para viver entre os demais! Esse sim pode ficar “amarrotado” mas o melhor de si, o seu Ser em nada será abalado, está bem “protegido”, continuará a ser a fonte do seu sucesso na vida e jamais se extinguirá.  

Ele é a sua essência e perdurará no sempre!

Resgate a paixão, o valor e a força que o caracterizam!
Viva com entusiamo e determinação qualquer que seja o período da vida em que se encontra!


J  Desenvolva a sua capacidade de autoanálise e autoconhecimento.

J  Acredite e confie em si e nas suas capacidades

J  Aproveite todas as dificuldades para evoluir e introduza as palavras “sim é possível; sim eu vou conseguir” no seu vocabulário.

J  Apaixone-se por tudo o que faz e por todos o que o rodeiam

J  Seja autêntico e fiel aos seus valores

J  Tenha sempre presente o seu sentido e missão de vida

J  Se necessário, reequacione as suas prioridades

J  Valorize e seja grato por tudo o que tem

J  Valorize-se como pessoa

J  Experimente o seguinte: Sente-se num lugar tranquilo, respire fundo e feche os olhos. Recorde-se de momentos da sua vida caracterizados por resultados positivos, fruto da paixão, força e empenho com que lutava pelos seus objetivos. “Transporte-se” para um desses momentos em plenitude. Viva esse momento com a mesma intensidade. O que retira da experiência?

J  Lembre-se: Você é muito mais do que o seu corpo, o momento que está a viver e o papel que desempenha

Pense nisso!




22 de agosto de 2016

Setembro - Mês de mudança e de oportunidades


Vindo do latim “Septem”, este mês apesar de ser o 9º no calendário gregoriano, está associado ao número 7, símbolo da perfeição, da totalidade do Universo em transformação.

Associado à espiritualidade, reflexão, sabedoria e plenitude, este número convida-nos à introspeção, à procura em nós de respostas para além das que nos rodeiam e à meditação.

Setembro é, por natureza, também um mês de mudança – mudança de estação!

Para além de todos estes simbolismos, é um mês de “rentrée”, regresso de um período de férias, início de um novo ano de trabalho e retoma de rotinas.

Para muitos, sobretudo para os que trocaram a sua capacidade criativa, talento, oportunidades de melhoria e crescimento, por uma suposta estabilidade e conforto, este “regresso” remete-os para um sentimento de nostalgia, desânimo e cansaço crónico.

Esqueceram-se que viver é, um processo de mudança contínua que implica riscos nas mais diversas situações!

Aproveitar a vida na sua plenitude implica assumir esses riscos e saber transformar as adversidades em oportunidades de crescimento e concretização das mudanças que queremos fazer acontecer!

Os resultados que obtemos e a vida que temos são fruto das escolhas que fazemos, das decisões que tomamos e do quanto nos empenhamos na direção dos nossos objetivos.

Acreditarmos na nossa capacidade e responsabilidade para “fazer acontecer”, permite-nos assumir uma atitude proactiva e fazer escolhas conscientes que facilitem o alcance dos resultados pretendidos.

Encontrar o significado mais útil, nas experiências que vivemos, por forma a transformá-las, na nossa mente, num poderoso trunfo para a concretização dos nossos objetivos é uma das chaves para o alcance de uma vida plena e feliz!

Assim o que espera para aproveitar ao máximo a natureza e o simbolismo que caracterizam este mês versátil e fazer dele o mês da(s) mudança(s) que tanto ambiciona para a sua vida?

O 1º passo só depende de si! Do seu crer, decisão, compromisso e ação!

Comece por olhar mais para si e para a sua vida! Faça um balanço e avalie qual o seu grau de satisfação e realização? O que lhe falta?

Recorda-se das ações que pretende implementar na sua empresa para uma melhoria na gestão do tempo e organização do trabalho?

E das mudanças na sua vida pessoal que há tanto prometeu a si próprio?

Há quanto tempo está para se inscrever no curso que lhe pode permitir dar o rumo desejado à sua vida?
Sente-se realizado no seu atual emprego?

O que espera para agir?

Não protele mais as suas decisões e ações! Não desperdice mais tempo nem oportunidades a fazer o que não gosta e não quer!

Se o que está a fazer não lhe permite obter os resultados que pretende, pare de investir nessa direção!

Mude! Faça diferente, aproveite para investir em novos projetos/planos ou naqueles que há muito tem à espera da “oportunidade perfeita”!

Aproveite a “rentrée”, vem de férias, está com mais energia, invista em si e nos seus projetos!

Crie as oportunidades, comece agora, a transformar a sua vida com pequenos passos que o podem conduzir à vida que sempre ambicionou!

Pegue na sua lista de promessas adiadas e/ou promessas atuais, defina claramente o(s) resultado(s) que pretende alcançar e elabore um plano de ações de acordo com as seguintes questões:  

J  O que e/ou quem é que impediu a sua concretização?

J  O que e/ou quem hoje impede a sua concretização?

J  O que é que a concretização das mesmas lhe vai permitir obter?

J  Que impacto vai ter na sua vida?

J  Por qual vai começar a partir de hoje?

J  O que está a fazer atualmente para obter o que pretende?

J  Que resultados está a ter?

J  Que resultados gostava de obter?

J  O que pode fazer diferente?

J  Que recursos necessita?

J  Que recursos dispõe atualmente?

J  O que vai fazer e como vai fazer?

J  Quando vai começar?

Sente alguma dificuldade em elaborar um plano de ação?
Tem tendência a ser pouco firme no compromisso que estabelece consigo próprio?

Procure a ajuda de um profissional que lhe possa facilitar as ferramentas para elaborar um plano de acordo com os seus objetivos e que o possa acompanhar no caminho a percorrer!

Lembre-se sempre que as grandes mudanças constroem-se passo a passo, começam em si e dependem de si.  

Não espere que a sua vida aconteça, faça-a acontecer! 

Faça de Setembro o mês do início da vida com que sempre sonhou!





5 de julho de 2016

Encerrando Ciclos - Paulo Coelho


Sempre é preciso saber: quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos, não importa o nome que damos.

O que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã…
Todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo… no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível. é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora.

Soltar.

Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas.  Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.

Antes de começar um capítulo novo é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época… em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa…
Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba.
Mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é…
                                                                                                                                      Paulo Coelho

21 de junho de 2016

Quando a doença é um apelo à afetividade


Rodrigo tem 13 anos e é o mais novo de 2 irmãos. Filho de pais separados vive com a mãe, enquanto o seu irmão de 18 anos se encontra a viver com o pai. Há uns dias atrás a sua mãe recebeu um convite de trabalho irrecusável, uma vez que está prestes a perder o atual emprego, para a Alemanha. Até o realojamento na Alemanha estar concluído, a mãe de Rodrigo irá sozinha e este deverá ficar com o pai e o irmão. Posteriormente a mãe virá buscá-lo para irem viver os 2 na Alemanha. Os dias passam velozes antes de a mãe partir e Rodrigo começa a apresentar sintomas de um problema articular no joelho!

Rita tem 7 anos é a mais velha de 2 irmãos. Os pais sempre estiveram presentes e atentos ao desenvolvimento e necessidades de ambos. Com frequência o pai de Rita tem de se ausentar por motivos profissionais. Quase sempre quando regressa Rita desencadeia uma crise de estômago debilitante, semelhante a uma gastroenterite!

Sofia e Mário são casados há 10 anos e não tem filhos. Sempre trabalharam na mesma cidade, partilharam os meus locais até há cerca de um ano, altura em que Mário mudou de empresa, de horários e começou a ter de se ausentar com frequência durante a semana. Com o tempo, Mário começou a prolongar as suas ausências e um dia falou com Sofia na hipótese de precisar de algum tempo e espaço para si, estando já a negociar com a empresa a sua transferência para outro país da Europa dentro de 3 meses. Passado 1 mês Sofia começa a sentir tonturas, mal estar geral e dores abdominais intensas.

O que está subjacente à sintomatologia das situações descritas?

Uma forma primária de expressão/comunicação (via doença), da forma de sentir e pensar. Uma forte chamada de atenção, um apelo à afetividade! 

Todo o ser humano é um complexo interligado entre corpo e espírito!

O corpo é um reflexo da mente! Quando falamos em doença há muito que se sabe que esta tem origem na mente e não no físico.

A doença é um estado do ser humano, indicador de perda de harmonia e de equilíbrio interior. Assim, o sintoma é um sinal manifesto no corpo, de algo que o perturba e/ou lhe faz falta.

Esta harmonia e equilíbrio interior começam a estruturar-se nas primeiras interações da criança com o seu meio ambiente à medida que este lhe vai proporcionando experiências a que ela responde expressando emoções, que lhe permitem diferenciar-se deste e sentir-se vinculada.

Ao longo do seu desenvolvimento é fundamental que a criança perceba claramente que, independentemente da vulnerabilidade das situações externas, das suas emoções e experiências, é amada e reconhecida pelos que a rodeiam, por forma a sentir confiança na expressão dos seus sentimentos aberta e francamente, mantendo assim o seu equilíbrio e bem-estar.

Quando na infância as mudanças são vividas intensamente e existe uma vontade imensa de as anular, a doença surge como resposta, na falta de conhecimento de outras formas de ação/manifestação do sentir, transformando-se num apelo ao reforço afetivo das figuras parentais.   

Para uma vida adulta, saudável, é fundamental termos uma imagem positiva de nós, uma boa autoestima, acreditarmos na nossa capacidade para lidar com diversas situações, enfrentar desafios e “fazer acontecer”! Só assim respondemos ajustadamente à vulnerabilidade dos elementos externos e das nossas emoções, restabelecendo rápida e corretamente ordem e harmonia na nossa consciência.

Os indivíduos que não conseguem expressar clara e honesta os seus sentimentos e emoções perante a mudança e as adversidades da vida, sentem-nas como uma ameaça ao seu equilíbrio interno e respondem sintomaticamente, num jogo de submissão/agressão tipo “Agora é a minha vez, tens de cuidar de mim!”, uma manifesta chamada de atenção!

Este tipo de resposta traduz incapacidade para resolver estas situações sob o ponto de vista emocional e manifesta uma baixa autoestima que se expressa através da manipulação.

Sempre que permitimos que a doença se manifeste como resposta e modo de interação social, ao invés de rapidamente estabelecermos o equilíbrio e harmonia desejados, estamos ainda a criar uma maior sensação de entropia interna. 

Transforme-se num agente de mudança e promova a harmonia e bem-estar!

J  Crie um ambiente seguro no seio familiar que promova o desenvolvimento dos seus filhos em harmonia e confiança. 

J  Comunique abertamente com eles, explique-lhes que as mudanças e as adversidades fazem parte da vida, são oportunidades de crescimento e evolução, tem sempre solução e que em nada põem em causa o seu amor por eles! 

J  Promova a sua capacidade para lidarem com as mesmas, incentivando-os a expressarem os seus sentimentos aberta e francamente.

J  Estimule o desafio das suas capacidades e apoie as suas resoluções.  

Aprenda a responder à mudança e às adversidades da vida com força e determinação!

J  Acredite mais em si, no seu potencial para resolver situações e mudar o rumo dos acontecimentos da sua vida!

J  Conheça-se melhor! Identifique os seus valores, sentimentos, pensamentos e desejos. Expresse-os sem receio, praticando o respeito mútuo.

J  Ame-se pela pessoa que é! Não permita que o seu amor e a sua felicidade dependam de fatores externos, pois eles apenas dependem de si e das suas opções!

J  Esteja atento aos sintomas do seu corpo, eles são uma informação pertinente de situações que estão a ameaçar a sua sintonia e harmonia. Resolva-os quanto antes, não permita que estes se transformem em mais entropia para o seu bem-estar.

J  Se tem dificuldade em lidar emocionalmente com alguma situação adversa ou de mudança, procure um apoio especializado para lidar melhor com a mesma!



17 de junho de 2016

Pense nisso...

Não é de minha autoria, retirei da internet de fonte desconhecida:


20 de abril de 2016

Como lidar com companheiros de trabalho tóxicos?


É no local de trabalho e com os colegas que dele fazem parte que passamos grande parte do nosso tempo.

É fundamental que este seja vivido num ambiente que propicie condições para que possamos desenvolver a nossa melhor versão enquanto profissionais, sentindo-nos seguros, confiantes e realizados, contribuindo assim para o crescimento e desenvolvimento da empresa.

Mas nem sempre as pessoas que nos rodeiam na empresa, independentemente do seu grau na hierarquia, contribuem para que este ambiente exista.

Alguns deles fazem-nos sentir permanentemente, irritados, cansados, ansiosos, culpados, limitam a nossa capacidade de trabalho e de progressão profissional.

Como o passar do tempo podem até, conduzir-nos à exaustão e consequentemente ao desenvolvimento de algumas doenças, como a depressão e o burnout, entre outras.

Em quase todos os grupos profissionais, existem algumas destas pessoas. 

Recordo-me de um excelente profissional, que conheci há uns anos atrás, estava desempregado, por não ter aguentado o assédio moral (mobbing), exercido pelo seu chefe. Frequente e despropositadamente, este tecia-lhe críticas destrutivas, atribuía-lhe tarefas/trabalhos insignificantes, descredibilizando e ridicularizando o seu trabalho, estigmatizando-o e contribuindo para a sua desmotivação e redução do seu nível de autoestima. 

Lembra-se daquele seu colega, que sempre que lhe dava o seu parecer ele o desvalorizava, não tecendo nenhuma opinião ou reação e mais tarde apresentava-o como se fosse seu? E daquele que nas conversas e reuniões distorcia os seus argumentos e ideias apenas para que a opinião dele fosse valorizada?

Quantas vezes as empresas e muitos dos que nela colaboram são prejudicados por profissionais que dissimulando os seus interesses, fingem atuar em benefício da empresa, afetando o seu funcionamento e minando as relações de todos os que consigo trabalham?

Ainda há bem pouco tempo uma amiga me referia o seu mau estar sob o ponto de vista profissional, fruto do relacionamento com uma colega de trabalho. Esta confidenciava-lhe, permanentemente, informações distorcidas dos colegas e sempre que tinha oportunidade, passava também, sobretudo aos seus superiores hierárquicos informações negativas dela, por forma a valorizar-se e compensar a sua baixa competência profissional.  

Falamos de companheiros de trabalho tóxicos!

Quem são estas pessoas?

São profissionais inseguros que menosprezam as suas próprias competências e limitam a progressão dos outros. Invejosos, por natureza, vivem reclamando de tudo e nunca estão satisfeitos. Por não se sentirem bem consigo mesmo, procuram subtilmente chamar a atenção sobre si, minando a autoestima dos companheiros de trabalho, incutindo-lhes insegurança e impondo a sua presença à força. São conflituosos, mentem, enganam, humilham, culpam, manipulam, agridem verbal e psicologicamente, tentando mudar os outros a todo o custo. Só assim conseguem fazer prevalecer as suas ideias e os seus interesses.

Alimentam-se da energia dos colegas, obtendo prazer com a instabilidade e o desconforto que lhes proporcionam.   

Como lidar com companheiros de trabalho tóxicos?

J  A melhor forma passa, claro, por evitá-los o que nem sempre poderá ser viável tão imediato quanto o desejável!

J  Assim, comece por questionar e perceber quais os motivos pelos quais mantem e tem dificuldade em se libertar destes relacionamentos tóxicos. Uma vez identificados, analise o que necessita para os eliminar. Não pode controlar, nem mudar os comportamentos dos outros, mas pode mudar a sua atitude e resposta aos mesmos. Ao fazê-lo irá quebrar o seu ciclo de alimentação contribuindo para os modificar e/ou eliminar.

J  Não valorize, nem se deixe influenciar pelas intenções subjacentes às atitudes e relações tóxicas destes seus colegas. Confie mais em si, na sua capacidade de trabalho e nas suas competências. Não permita que estas pessoas o intimidem, humilhem e perturbem a sua confiança e o seu bem-estar. Tenha sempre presente que o problema não é consigo nem está em si, mas sim com eles. 

J  Não reaja a provocações nem entre em discussões. Expresse a sua opinião de uma forma assertiva.

J  Mantenha o foco no seu trabalho e no que necessita para o alcance dos seus objetivos. Não alimente intrigas e demonstre desagrado sempre que alguém o fizer na sua presença.  

J  Perante aqueles que se fazem valer através das suas ideias, confronte-os com o facto naturalmente. Se preferir recorra ao humor e agradecer-lhes, sarcasticamente, o facto de terem tornado pública uma ideia tão boa como a sua.  

Os relacionamentos tóxicos existem e persistem porque uma das partes assim o pretende e porque a outra assim o permite! 

Permita-se ter uma atitude decisiva e quebrar este ciclo! 

Não permita que estes profissionais interfiram com a qualidade do seu trabalho nem com a sua integridade e o seu equilíbrio emocional!